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Monte Alto, cidade conhecida como a terra dos Dinossauros, recebeu, representantes de 60 cidades na 4º Conferência Intermunicipal de Cultura, que foi organizada pelo Consórcio Intermunicipal Culturando, Prefeitura Municipal de Monte Alto e pela Associação de Gestão Cultural no Interior Paulista “Prof. Gilberto Morgado” (AGCIP). A Conferência Intermunicipal é uma das etapas previstas da 4ª Conferência Nacional de Cultura. Até o momento, nessa fase municipal e intermunicipal da 4º CNC, esta é a Conferência que reuniu maior número de municípios: Américo Brasiliense, Américo de Campos, Aramina Ariranha, Barretos, Buritama, Cândido Rodrigues, Casa Branca, Catiguá, Colina, Cosmorama, Dumont, Fernando Prestes, Fernandópolis, Guaraci, Guariba, Ibirá, Ibirarema, Ícem, Ipuã Jardinópolis, Mirassol, Monte Alto, Monte Azul Paulista, Novo Horizonte, Olímpia Ouroeste, Paraíso, Pereira Barreto, Pradópolis, Promissão, Rincão, Riolândia  Santa Lúcia, Santa Rosa do Viterbo, São Joaquim da Barra, Severínia, Sud Mennucci, Suzanápolis, Tabapuã Taiaçu, Taiuva Taquaral, Viradouro, Vista Alegre do Alto.
 
De acordo com o regimento interno, a Conferência contou também com municípios e participantes na condição de convidados com direito a fala e voto somente para propostas, sem direito de votarem em delegados (as) e serem votados: Araraquara, Barrinha, Cravinhos, Elisiário, Gavião Peixoto, Jaboticabal, Palestina, Ribeirão Preto, São Paulo, Sales de Oliveira, Serra Azul, Sertãozinho, Taquaritinga, Vargem Grande do Sul, Ubatuba.
 
A Conferência foi realizada no dia 27 de outubro de 2023 nas dependências do Centro Cívico e Cultural de Monte Alto “Dr. Elias Bahdur”, Praça Centenário S/N, das 8h30 às 14h30 e em seguida teve continuidade na Chácara Miragem com a culinária caipira da Queima do Alho.
 
É de amplo conhecimento que na história, mais precisamente no período Medieval, as pessoas, os plebeus / vassalos / escravos estiveram à mercê das decisões dos grandes burgueses. Pior, as pessoas, os indivíduos mais vassalos que os escravos (tidos como animais) eram tratados como ignorantes incrédulos e até sem alma, por isso precisavam ser adestrados, ensinados e, por que não, dominados e domesticados.
 
Guardada as devidas proporções, nem tudo mudou, eis que surge o grande desafio da importância de se investir na CULTURA no mundo. Quebrar estigmas de que povo pobre é povo sem cultura, e que sendo assim necessita de direcionamentos às suas vidas. Que a intelectualidade está só para os burgueses ou para aquele que já leu centenas de livros e que até adquiriu informação, mas nem sempre formação.
 
A promoção e fomentação cultural em qualquer comunidade, em qualquer tempo ajudam no reconhecimento de pessoas enquanto cidadão e cidadã com deveres sim, mas também com direitos.  Muitos têm medo, em especial lideranças que vivem da dominação do povo, da transformação que a cultura pode proporcionar a uma vida, uma comunidade, um estado, um país, um planeta, em uma cidade.
 
Definir cultura? Há aqueles mais presunçosos que se dão o direito de definir, enquadrar e perpetuar um conceito para cultura. Conceito de cultura é bastante complexo é o grande engano dos “sábios” em querer uniformizar a cultura, pois com a uniformização se inicia o processo de submissão dos uniformizados. 
 
A Conferência Intermunicipal de Cultura procurou, através das experiências trazidas pelos municípios participantes, mais precisamente em seus campos territoriais de atuação, arrebentar as correntes que prendem os pensamentos e pensar, portanto, ações e propostas que alcançassem as necessidades de todos os municípios presentes e que fossem além, que alcançassem necessidades do setor cultural e toda sua abrangência, gestores públicos, sociedade civil, conselhos municipais, artistas, produtores e trabalhadores a cultura em geral. O Limite da cultura é infindo!
 
A Conferência Intermunicipal de Cultura compreendeu, debateu e, mais do que isso, SENTIU que buscar a promoção da cultura é automaticamente buscar a valorização do ser humano, incentivando o indivíduo a deixar de ser “animal de estimação” de uma determinada classe que julga ser detentores do conhecimento, dos bons valores, que determina o que é bom ou ruim para a sociedade, o que se pode ou não fazer. A Conferência Intermunicipal de Cultura elaborou propostas nesse sentido, em defesa da autonomia e independência que o acesso à cultura suscita. Debateu e defendeu maior democratização ao acesso à cultura, mais respeito à diversidade, mais recursos para a cultura e valoração de todos trabalhadores e trabalhadoras da cultura
 
A Conferência acabou, mas não terminou. Os municípios representados por seus participantes continuarão, conectados, abrindo caminhos nessa luta pela valorização da cultura e na tentativa de levar formação aos indivíduos a ponto de cada Ser estourar as “correntes” que lhes prendem ao sistema das inúmeras imposições de valores, credos, doutrinas entre outros e que esses mesmos indivíduos sejam sujeitos de ação e transformação.  
*Matéria: Prof Edemilson José do Vale (Sete) – Presidente da Conferência Intermunicipal supracitada no texto acima.*